quarta-feira, 15 de julho de 2009

começar

No início era o verbo. Logos. Sustentar-se no vazio. Sustentar a palavra no vazio. Às vezes, tão fácil-fluxo... Outras apenas vão. E vem, sem mais. Vai e vem, gangorra no vazio. Tic-tac, tic-tac, cuco, cuco!!!!! Da Noruega distante, veio esta canção, cante por uma vez, preste bem atenção: cuco, cuco, cuco.... Rue du cuco, Belgique, Hélène, nome em que se sucedem as três formas de se pronunciar o "e" em francês. Em português temos o ê e o é. Buscapé, cafuné, o sapo não lava o pé, seu saci pererê. Será que alguma vez alguém acreditou de verdade no saci pererê? Queria ter vivido num lugar e num tempo assim. Sinto falta de lugares em que o maravilhoso é possível. É bom quando acontece, andando pela cidade, de alguma árvore esquecer o desterro e abrigar maravilhas em sua sombra-ninho. Gosto quando encontro coisas. Hoje encontrei o pano que queria para colocar na parede da cabeceira de minha cama. Ficou bonito, como se ele sempre tivesse estado ali. A cor das flores das mandalas é a mesma da madeira da cama. Ficou bonito. E gostei de encontrar o Pedro, por acaso, e de como tudo se encadeou e de repente estávamos no Jardim de Napoli, quatro à mesa que não se fez esperar. Fui ver a casa que a Regina encontrou e que tem vontade de chamar de sua. Sua casa, é bom poder dizer minha casa. Graças de Héstia.
Amanhã vou prá São Bento. Quando chego lá, parece que nunca fui embora. Como se sempre tivesse estado ali. Tempo-ninho, beija-flor, águas de março, de julho, de dezembro. Bom.

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